ARAPAÇUS Dendrocolaptídeos
Aves com colorido discreto, com asas e cauda ferrugéneas. Sobem por troncos e galhos grossos usando a cauda rígida como apoio, enquanto enfiam o bico em frestas e epífitas. Aninham em cavidades, como ocos de árvores. Mais ouvidos que vistos, seus cantos fortes ajudam na identificação.
O GÊNERO XIPHORHYNCHUS inclui arapaçus de identificação em geral complexa, mas na região só quatro espécies, fáceis de separar. Bem rajadas, tem bico um tanto robusto.
ARAPAÇU-DO-CERRADO Lepidocolaptes angustirostris
Razoavelmente comum, de ocorrência ampla em mata e capoeira rala, cerrado e pastos com árvores. Bico longo, estreito, curvo e claro. Por cima, ferrugíneo intenso.
Coroa enegrecida, rajada de pardo, sobrancelha branca vistosa, por baixo, branco-sujo. Único arapaçu em áreas abertas, é pouco provável confundi-lo.
Elegante, sobe também por postes de luz e mourões de cerda, procurando insetos e aranhas, frequenta o entorno humano, em pomares e currais. O canto é uma série forte de notas claras e vem enunciadas, que podem acelerar e depois ir sumindo, “pií, pi-pi-pi-pipipipipipepe”.
O GÊNERO DENDROCOLAPTES inclui arapaçus grandes, de bico forte. vivem em matas e capoeiras e são discretos, por vezes passando despercebidos.
O GÊNERO DENDROCOLAPTES inclui arapaçus grandes, de bico forte. vivem em matas e capoeiras e são discretos, por vezes passando despercebidos.
ARAPAÇU-BEIJA-FLOR Campylorhamphus trochiliostris
Escasso, em sub-bosque de mata
de galeria, em cerradão e capoeiras, talvez mais comum no Pantanal. Inconfundível,
com bico espetacular, muito longo (7 cm) e curvo, avermelhado (bem intenso em
alguns indivíduos).
Na maior parte da distribuição, marrom-ferrugíneo-claro ou
branco; asas e cauda castanho-ferrugíneas. Garganta esbranquiçada; por baixo,
marrom com estrias pardas orladas de mais escuro. No Pantanal e arredores, é
maior com bico ainda mais longo, e tem plumagem mais clara e mais avermelhada.
Apesar do bico longuíssimo, alimenta-se como os outros arapaçus: escala troncos
e galhos grossos a altura variável, muitas vezes bem baixo. Enfia o bico em
fendas da cortiça e entre as epífitas. Costuma juntar-se a bandos mistos. O canto
é uma série de assobios musicais, que lembra o dos formicariídeos; variado,
pode ser uma série descendente e cada vez mais lenta de notas, “tuí-tuí-tuí-tuó-tuó”,
ou ascendentes, “tuí-tuí-tué-tué”, ás vezes começa com um trinado. Ao agitar-se
dá um chiado forte e penetrante.
ARAPAÇU-GIGANTE Xiphocolaptes major
Escasso em cerradão e mata
de galeria, às vezes sobre árvores em áreas abertas nos arredores; no Pantanal.
Muito grande, quase todo ferrugíneo. Bico longo, pesado e um tanto curvo,
cinzento ou cor de chifre. Ferrugem intenso por cima, cabeça mais clara e mais
amarronzadas, loros enegrecidos. Por baixo, ferrugíneo mais claro.
Em alguns
indivíduos, leve estriado no peito e barrado escuro na barriga. Inconfundível,
pelo tamanho enorme. O arapaçu-gigante é chamativo, mas nunca é numeroso, e tem
territórios muito extensos, de modo que não é encontrado com frequência. Alimenta-se,
sobretudo escalando troncos e galhos maiores; também costuma descer ao solo,
onde saltita desajeitado e chaga mesmo a revirar o folhiço. Em geral sozinho ou
em pares. Pode ser bastante confiado. O canto, de logo alcance e inconfundível,
é uma série algo descendente de notas assobiadas, bissilábicas, intercaladas a
notas anasaladas e cacarejos.
ARAPAÇU-GRANDE Dendrocolaptes platyrostris
Escasso, em sub-bosque de
mata e capoeira, esta ausente de grande parte do Pantanal. Bico reto.
Marrom
por cima, com a cabeça estriada de pardo, garganta branca rajada de pardo,
demais partes inferiores marrons, com estrias claras no peito e a barriga
vagamente barrada de preto. O canto é uma série rápida de notas “uic” bem
distintas, às vezes atenuando-se no fim.
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