domingo, 30 de outubro de 2011

MIMÍDEOS

MIMÍDEOS são aves esguias, de cauda Logan, fáceis de notar em ambientes abertos. O nome da família vem de sua habilidade em imitar outras aves, mas na região isso não ocorre regularmente.

SABIÁ-DE-CAMPO Mimus saturminus

Comum de ocorrência ampla em cerrado, pastos e sedes de fazendas, ás vezes em cidades. Por cima, marrom-cinzento mesclado com mais escuro, sobrancelha branco suja e estria ocular preta, cauda longa com pontas brancas.


Branco-sujo por baixo, pode estar tingido com a cor da terra. Ousado e fácil de detectar, pode estar em atividade nas horas de calor, passa muito tempo no chão, pousa em poleiros expostos jogando a cauda para frente, sobre o dorso, ao pousar, vive em casal ou em grupinhos familiares com até 12-13 aves, aninha em moitas e arvoretas. Alimenta-se de insetos e de frutos, silvestres e cultivados. Empoleira em arbustos e árvores para cantar e seu canto é variado e sem padrão fixo, na região, não costuma fazer imitações. Quando alarmado, dá um “tchic” áspero ou um “íu” aflito. Também chamado de galo-do-campo e arrebita-rabo.


JAPACANIM Donacobius atricapilla
Razoavelmente comum em brejos, margens de lagoas e pastos úmidos com capim alto, numeroso no pantanal, esguio e inconfundível, com vistoso olho amarelo. Cor de chocolate por cima, com cabeça preta, manchinha branca na asa, cauda longa comm pontas brancas, visíveis em voo. Por baixo amarelo-alaranjado.



Esconde-se entre a vegetação densa do brejo, em casal ou grupinhos familiares, pousa em taboas e juncos e sobre moitas. Voo reto e um tanto lento, apesar das batidas rápidas de asa. Vocaliza muito, com assobios e chiados variados, costuma repetir cada chamando em série, por exemplo um assobio líquido “uit-uit-uit...” sonoro. Os membros do casal cantam em dueto, pousados bem próximos, levantando e abaixando a cabeça, enquanto abanam as caudas abertas, pode inflar um bolsa laranja na lateral do pescoço. Antes incluído na família dos trogloditídeos, com as corruíras, atualmente está classificado em sua própria família, a dos donacobiídeos

ANDORINHAS

ANDORINHAS (Hirundinídeos) Têm longas asas afiladas e voo elegante. Passam muito tempo no ar, alimentando-se de insetos voadores. Pousam em galhos e na fiação.

O GÊRENO PROGNE inclui andorinhas grandes, de asas largas, cauda furcada e canto gorgolejante e agradável. Vivem em áreas abertas, ás vezes em grandes agregações.

ANDORINHA-DO-RIO  Tachycineta albiventer

Localmente comum, em áreas abertas perto de rios, represas e lagoas. Única andorinha com grande mancha branca na asa, em geral bem visível. Rabadilha branca.



De resto, verde-ázulada metálica em cima, branca por baixo. Imaturo mais cinzento por cima, simpática e fácil de detectar, em geral é vista pousada em troncos ou rochas logo acima da linha d’água, de onde sai em voos elegantes para roçar a superfície. Raramente se afasta da água e não costuma formar bandos numerosos. O chamado é um “trit?” rápido.



ANDORINHA-DO-CAMPO  Progne tapera

localmente comum, residente de verção em áreas abertas com árvores, também em sedes de fazenda; no N, parte da população talvez residente o ano todo. Em geral perto d'água. Aves com plumagem reprodutiva, pardo escura por cima.


Por baixo, branca com faixa marrom no papo. Migrantes ausrais, tem pintas marrons no meio do peito. Voa a baixa altura, com asas arqueadas, expondo branco nas laterais da cauda. Costuma pousar em cercas. Sociável, os casais se separam para criar. Aninha em ninhos velhos de joão-de-barro, tocas em barrancos e ocos de troncos.


ANDORINHA-SERRADORA   Stelgidopteryx ruficollis


Comum de ampla ocorrência em áreas com arvores, inclusive pastos, prefere locais perto d’água. Cauda levemente furcada. Pardo-escura por cima, mais escura no alto da cabeça, asas e cauda, rabadilha um pouco mais clara; garganta alaranjada, pardo-clara por baixo, centro da barriga mais amarelado. 




Vive em bandinhos que pousam em galhos secos ou na fiação, pousada, tem silhueta esguia e elegante. Pode estar junto com outras andorinhas, mas em geral mantém-se a parte. Mais numerosa em matas ao logo de rios e córregos, nidificando em tocas nos barrancos das margens, isolada ou em pequenos grupos,






GRALHAS

GRALHAS (Corvídeos) Vivem tanto em matas como em áreas abertas com árvores. Grandes, barulhentas e gregárias são fáceis de detectar, nas espécies da região predominam tons de azul. Os corvos, seu parentes mais famosos, não existem na América do Sul.

GRALHA-DO-MATO   Cyanocorax chysops

Razoavelmente comum, de forma localizada, em cerradão, matas e arvoredos próximos. Penas da coroa curtas e rígidas, como pelúcia, dando-lhe uma aparência de cabeça chata e formando uma saliência na nuca, cabeça preta, olho amarelo com manchas azul-claros ao redor, “bigode” azul-escuro e nuca branco-azulada.



Demais partes superiores azul-violáceas; faixa branca na ponta da nuca, garganta e peito pretos, por baixo amarelado-cremoso. Vive em bandos com até uma dúzia de abes, às vezes junto com a gralha do pantanal. Alimenta-se de insetos, aranhas e frutos silvestres. Comportamento geral parecido ao do cancã. Pode ser bem mansa. Voz, um “cãcãcã” metálico, rápido e forte.


GRALHA-DO-PANTANAL  Cyanocorax cyanomelas

Comum em cerradão, mata de galeria e áreas avertas próximas, em especial no Pantanal e adjacências. Grande, de colorido um tando apagado, sobretudo violáceo-escuro, com cabeça e pato enegrecidos e cauda de cor violeta mais viva por cima. 



Única gralha toda escura na refião. vive em bandos pouco coesos com até 10 indivíduos que percorrem áreas florestadas e bordas, frequentando também locais abertos com árvores esparsas; às vezes descem ao solo. Fáceis de detectar, são avistadas com regularidade e costumam visitar comedouros de aves em fazendas e pousadas,  

sábado, 15 de outubro de 2011

EMBERiZÍDEO

EMBERiZÍDEOS  formam um grupo grande e variado de pássaros pequenos com ampla ocorrência neotropical, bem representado na região. A maioria tem Vico cônico, adaptado para triturar sementes, vivem sobreufo em áreas abertas e capoeiras.


 GÊNERO ORYZOBORUS lembra os papa-capins, mas tem bico muito mais robusto. Os machos bem escuros. Cobiçadas como aves de gaiola, as duas espécies são capturadas sem trégua , tendo escasseado.


TIZIU Volatinia jacarina


Abundante, de ocorrência ampla em capinzais naturais ou antrópicos, até em cidade, uma das aves mais frequentes e conhecidas de áreas alteradas. Bico delicado e pontudo. O macho preto luzidio, branco sob a asa. A fêmea marrom, parto-clara por baixo, com peito e flancos rajados. 






O macho na muda e imaturo, mesclado de preto e marrom. Fora da época de cria, forma grandes bandos, come sementes, mutas vezes com para-capins como o coleirinha. Na época de cria, o macho pousa num lugar baixo e emite um "tziu" abrupto, enquanto dá um salto vertical, girando as asas e exibindo o branco sob elas.

O GÊNERO SPOROPHILA reúne papa-capins pequenos e de bico robusto. Habitam áreas abertas. Alguns outros têm ocorrência restrita e aparecem na região como migrantes. As fêmeas difíceis de identificar, em geral pardas, mais claras por baixo.


BIGODINHO Sporophila lineola

Razoavelmente comum, de forma localizada, em capinzais e capoeirinhas. Status incerto na região; é provável que crie no S e apareça de passagem no N. O macho preto por cima, com bigode e alto da coral brancos  e bico preto; garganta preta, branco por baixo. 



fêmea com bico amarelado. Na reprodução, é numeroso e fácil de ver em alguns lugares; menos frequente em outras épocas, ás vezes com outros para-capins. Pousa em talos de capim para comer sementes. 


COLEIRO-DO-BREJO Sporophila collaris

Razoavelmente comum em brejos e arredores, preferindo capim alto e vegetação arbustiva. Grande para um papa-capim, de colorido marcante. Bico preto, pesado, no Pantanal, o macho preto por cima com manchas brancas  ao redor do olho e gola pardo alaranjada na nuca, garganta branca, coleira preta no peito, acanelado por baixo.


Na porção norte, mais variável, mas de padrão semelhante, com partes inferiores e gola mais brancas, sobretudo esta.


A fêmea lembra o macho, marrom por cima, com faixas alaranjadas e espelho pardo na asa e ao menos um vestígio de gola na nuca ou faixas na asa e dois tons por baixo. Em casal ou grupinhos, não costuma associar-se a seus congêneres. Canto, uma sequencia rápida de notas musicais, sem um padrão definido, mas atraente.


CABOBLINHO-DO-CHAPÉU-CINZA Sporophila cinnamomea

Migrante austral raro, em campo e campo cerrado, preferindo capinzais úmidos e altos. O macho de cor geral castanha com coroa cinza contrastante; asa e cauda cor de ardósia, com um espelho branco na asa. 






Visto em pequenos números, em bandos mistos de papa-capins. Cria sobretudo no NE da Argentina.



CHORÃO Sporophila leucoptera

Escasso, de ocorrência localizada em áreas abertas com moitas esparsas e em brejos, quase sempre perto de água. O macho com bico amarelo, padrão bicolor, cinza por cima, com espelho branco na asa, branco uniforme por baixo.


 A fêmea relativamente grande, com bico claro. Visto sozinho ou em casais distantes uns dos outros, não se junta em bandos nem se associa a outros papa-capins. O canto é a repetição monótona de uma única nota, sonora e clara. “clii, clii, clii...” Também chamado de patativa-chorona e patativa-boiadeiro, é perseguido como “ave de gaiola”.

O GÊNERO CORYPHOSPINGUS  inclui duas espécies, em ambas o macho tem crista preta e vermelha.

TICO-TICO-REI  Corphospingus cucullatus

Escasso em cerrado, cerradão, capoeira rala e pastos sujos; mais numeroso no S, talvez apenas como migrante austral no N (inverno). O macho pardo-avermelhado-escuro por cima, crista como a da cravina, anel ocular branco, vermelho desbotado por baixo.




 A fêmea mais apagada, amarronzada or cima e tosada por baixo, sem crista, anel ocular branco. O macho inconfundível pelo avermelhado uniforme da plumagem, o anel ocular ajuda a identificar a fêmea. Mais visto no chão, em grupinhos fora da reprodução. às vezes junto com outras espécies.



CANÁRIO-DO-CAMPO  Emberizoides herbicola 



De ocorrência ampla, localmente comum em campos naturais e pastos com capim mais alto e com arbustos dispersos. Cauda bastante longa, graduada, terminando em pontas. Bico laranja com cúlmen preto. 




Todo pardo , dorso com rajado preto bem evidente, partes inferiores mais claras, loro e anel ocular esbranquiçados, asa mais olivácea, com filetes amarelo-oliváceos e pequena área amarela no ombro. De comportamento discreto, desloca-se pelo chão, sempre oculto na vegetação, alimentando-se de insetos e sementes, de manhã bem cedo,  pode pousar em cercas de arame e no alto de moitas e de touceiras de capim.





Os CANÁRIOS são pássaros robustos, basicamente amarelos, que vivem em áreas abertas. São gregários e fáceis de ver. Atualmente na família dos Emberizídeos, talvez sejam Traupídeos.

CANÁRIO-DA-TERRA Sicalis flaveola
Comum, de ocorrência ampla em áreas aberas com árvores, incluindo pastos, plantações e sedes de fazendas. O macho amarelo, com testa laranja, mais oliváceo por cima e com dorso rajado.




A fêmea, por cima parda rajada de marrom, por baixo branco-suja com fino estriado marrom. Alimenta-se sobretudo no chão, pode formar grandes bandos, as vezes com outras espécies em fazendas, frequenta os arredores de casas e visita comedouros, canto, uma série variável de notas bem enunciadas e frases curtas, musical e agradável. Popular como “ave de gaiola”, é tão perseguido que em muitos locais praticamente desapareceu.


PINTASSILGO  Carduelis magellanica
Escasso de ocorrência localizada em áreas abertas com árvores, como borada de mata, plantações, pomares e sedes de fazendas, escasso ou ausente do Pantanal. Bico cônico e curto. O macho com capuz preto contrastando co dorso amarelo-oliva e partes inferiores amarelo-vivas, rabadilha amarela. 




Asa preta com extensa área amarela, cauda preta, amarela na base. A fêmea mais apagada, sem capuz preto, parda por cima, com dorso rajado de mais escuro, rabadilha amarela, asa e cauda como no macho. Em grupinhos alimenta-se a qualquer altura , do chão ao topo das árvores, costuma ser manso. Voo ondulado, bem característico. Muito perseguido como ave de gaiola.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

SAÍRAS

SAÍRAS (Traupídeos) formam um grupo numeroso e muito variado de pássaros pequenos ou médios, exclusivo das Américas. Há espécies muito coloridas e outras bem apagadas, quase todas com vocalizações discretas. Costumam ser comedores vorazes de frutos. Algumas espécies estão entre as mais abundantes da região, enquanto outras são tão raras, e de ocorrência tão localizada que só  os mais dedicados birdwatcher conseguem observá-las. Há grande discussão taxonômica quanto aos limites entre traupídeos, parulídeos, emberizídeos e até mesmo fringilídeos.

Os GATURAMOS são pássaros miúdos, de cauda curta e bico pequeno e robusto, que vivem em matas e outros ambientes arborizados. Antes considerados parentes próximos das saíras, hoje crê-se serem mais aparentados aos fringilídeos. Comem frutos, com predileção por erva de passarinho.

SAÍ-ANDORINHA  Tersina viridis

De ocorrência ampla, mas nômade, em área abertas com árvores e em borda de mata e cerradão, parece deslocar-se seguindo a frutificação de certas plantas. Inconfundível pela silhueta e colorido intenso. Bico largo e chão, em voo, lembra uma andorinha.




O macho azul-turquesa com face e garganta pretas, contrastantes, flancos barrados de preto, meio da barriga brando. 





A fêmea verde-viva, meio da barriga e do peito amarelado, com barrado escuro nos flancos, o macho jovem semelhante, mas com manchas azuis irregulares, que com o tempo vão ficando mais extensas. Sociável, vive em bandos em que sempre há mais aves de plumagem verde. É fácil de detectar. Costuma pousar em locais altos e expostos, e daí levanta voo para capturar insetos no ar, também come frutos e pode aparecer até mesmo em árvores frutificando no ambiente urbano, em praças e ruas arborizadas. Aninha em buracos em troncos ou em barrancos. Chamado, um “tzip” muito agudo, característico.






OS SANHAÇOS estão entre os traupíneos mais bem conhecidos pelas pessoas. Tem plumagem apagada e bico robusto. Arborícolas, vivem em ambientes abertos com árvores, inclusive alterados e em bordas.


SANHAÇO-CINZA Thraupis sayaca
Muito comum, de ocorrência ampla em qualquer ambiente com árvores. Incluindo sedes de fazenda e áreas urbanas. Cinza-azulado, mais claro por baixo, asa com filetes azul-esverdeados.
É improvável confundi-lo. Vive em casal ou em bandinhos que podem junta-se a bandos mistos. Come frutos e insetos, frequenta plantas frutíferas em fazendas e cidades e costuma ser um dos visitantes mais numerosos em comedouros com frutas. Canto, uma sequencia apressada de assobios um tanto estridentes e dissonantes, os chamados tem timbre semelhante.

SANHAÇO-DO-COQUEIRO Trhaupis palmarum

Razoavelmente comum, de ocorrência ampla em ambientes abertos com árvores , capoeira e boda de mata, pode ocorrer em parques urbanos e bairros arborizados. Cor geral oliva, com testa mais amarelada e olho vem escuro, destacando-se. As penas de voo escuras contrastam com as coberteiras oliváceas e a asa fechada parece bicolor, sob luz ruim, pode se a melhor forma de identificá-lo.
Ocorre em pequenos grupos, irrequietos e nervosos, costuma juntar-se a bandos mistos, alimenta-se de frutos e insetos e frequenta comedouros mostra predileção por palmeiras, nas quais pernoita, aninha e procura alimento, fuçando em meio às folhas. O canto e os chamados, estridentes e dissonantes, lembram os do sanhaços-cinza, mas são mais agitados.

PEPIRA-VERMELHA Ramphocelus carbo

Muito comum, de ocorrência ampla em áreas arbustivas, pastos sujos, capoeirinhas e beira de mata, sobretudo perto d´[água, pode frequentar pomares e roças tomadas por mato. O macho tem maior parte da mandíbula branco-fosforescente, muito chamativa.
Colorido marrom-profundo, quase preto, com cabeça , garganta e peiro vermelho bem escuros; a plumagem tem um bonito aspecto aveludado.
 A fêmea, com bico  discreto e mandíbula cinza-clara, tem plumagem marrom-avermelhada por cima e na garganta; rabadilha e partes inferiores avermelhadas, mais claras.
O jovem é parecido co ela. O macho é fácil de identificar, em especial pelo branco no bico, na fêmea menos características, o baixo ventre vermelho, contrastante, é diagnóstico.
Típica de áreas florestais em início de regeneração, é fácil de ver. Percorre a folhagem de moitas e arvoretas em grupinhos agitados de até 6-8 aves; em geral há um só macho adulto por grupo. É visitante regular de comedouros com frutas. Enquanto se deslocam de uma planta frondosa a outra, os membros do grupo mantém contato sonoro, emitindo o tempo todo um “tchip” forte e seco, que denuncia sua presença; o canto, uma sequencia repetitiva de frases musicais curtas e simples, compostas por assobios ásperos, é bem menos frequente e dado  sobretudo ao amanhecer ou pouco depois.




O GÊNERO TACHYPHONUS tem a mandíbula ou a base do bico azuladas. Em todas as espécies, os machos tem colorido predominante preto, com detalhes brancos e ou de cor viva, e as fêmeas tem cor apagada, marrom ou oliva, sendo reconhecidas sobretudo por acompanhá-los.


PEPIRA-PRETA Tachyphonus rufus


Razoavelmente comum, de ocorrência ampla em borda de capoeira, em capoeirinha e pomares; bico cinza-azulado claro, o macho todo preto, com branco sob a asa, visível em voo e quando o macho agita as asas, ás vezes vê se algum branco no ombro, a fêmea todo acanelada, mais clara por baixo.
Vista em casal, raramente junto com bandos mistos, em geral mantém-se entre a folhagem de arbustos e arvoretas, e é um tanto difícil de segui, cruza locais abertos, voando rápido de uma planta a outra. Silenciosa, o canto, pouco frequente é uma frase simples e um tanto musical.





O GÊNERO  HEMITHRAUPIS inclui saíras esquias e arborícolas, os machos são coloridos e fáceis de identificar, as fêmeas são mais apagadas, em tom oliváceo e amarelo.


SAÍRA-DO-PAPO-PRETO Hemithraupis guira


Razoavelmente comum, de forma  localizada, em dossel e borda de mata e cerradão. Bico amarelo. O macho inconfundível, oliva por cima, com baixo dorso laranja e rabadilha amarelos, face e garganta pretas circundadas por amarelo, peito laranja, barriga cinza.
As fêmeas de colorido mais apagado, oliva por cima com tênue sobrancelha e anel ocular amarelo, garganta e papo amarelo-claros, por baixo cinza-claro. É substituída pela saíra  ferrugem a L e S, e suas distribuições parecem não se sobrepor o comportamento de ambas as espécies são bem semelhantes.


SAÍ-AZUL Dacnis cayana

Razoavelmente comum, de ocorrência ampla em qualquer tipo de ambiente arborizado, de mata e pomares e mesmo parques urbanos; parece estar ausente de boa parte do Pantanal, bico afilado, róseo na base; pernas róseas. 





O Macho vistoso, azul-turquesa com garganta e dorso pretos; asa e cauda pretas, com filetes azuis . A fêmea verde-viva, mais clara por baixo, com cabeça azul. Em casal ou grupinhos, percorre a folhagem a qualquer altura, procurando frutinhos e insetos, pode juntar-se a bandos mistos.


CAMBACICA Coereba flaveola

Razoavelmente comum, de ocorrência ampla em áreas abertas com árvores, sedes de fazendas e cidades, parece menos numerosa que em outras regiões. Bico fino, curto e curvo, bem característico, as vezes róseo na base.

Quase preta por cima, com longa sobrancelha branca, manchinha branca na asa e rabadilha amarela; amarela por baixo, contrastando com garganta cinza. Irrequieta e ativa, é fácil de ver, percorrendo a folhagem a qualquer altura, muitas vezes em locais bem expostos. Alimenta-se de néctar de flores e também de pequenos frutos e bichinhos. /costuma visitar bebedouros de beija-flores e ode aparecer em comedouros com frutas.

sábado, 1 de outubro de 2011

TIRANÍDEOS

TIRANÍDEOS   formam uma família enorme e heterogênea que ocorre em toda a região neotropical. Estão  bem representados na região, onde existem desde espécies diminutas e de colorido discreto, até aves grandes e chamativas. Diversas espécies são raras e de biologia e comportamento pouco conhecidos. Ocorrem em todos os ambientes, tanto aberto quanto florestais, nativos ou criados pela ação humana, e mesmo em áreas urbanas. A maioria das espécies alimenta-se de insetos e outros invertebrados, mas diversas consomem também frutos nativos ou cultivados. Podem ser difíceis de identificar e em certos casos a voz é a melhor característica.

O GÊNERO TODIROSTRUM inclui tiranídeos de bico longo e chato, mais arborícolas e com postura mais horizontal que a maioria dos Hermitriccus. Em geral mais fáceis de ver.

RELÓGIO Todirostrum cinereum

Comum, de ocorrência ampla em áreas alteradas com árvores esparsas, também em cidades. Testa e face pretas, mudando para cinza na nuca e oliva no dorso, olho amarelo, pode ter um pontinho amarelo perto do bico, asa preta, com filetes amarelos, cauda graduada, preta com laterais brancas.


Amarelo-vivo por baixo. Fácil de ver, em locais expostos, é arborícola, mas pode descer bem baixo. Irrequieto, ergue e abana a cauda. Geralmente em casal, não se junta a bandos mistos, vocaliza bastante, dá um chamado áspero e matraqueado, como a corda de um relógio antigo (daí o nome), dá também um “tâc tâc tâc...”


O GÊNERO Tolmoyias
Inclui tiranídeos florestais de colorido oliva e amarelo. Têm bicos muitos largos e chatos e são difíceis de identificar
PRÍNCIPE Pyrocephalus rubinus

Razoavelmente comum, de forma localizada, em área abertas com arbustos e árvores, também ao redor de sedes de fazendas, migrante austral, presente na região no inverno.





O macho inconfundível, muito vistoso, com coroa e partes inferiores vermelho-vivas, partes superiores e máscara pelo olho preto-foscas.




A fêmea marrom-escura por cima, testa mais clara, asa e cauda mais escuras, asa sem faixas evidentes. Garganta branca, peito branco com rajado escuro, barriga e crisso rosados.


Pousa em poleiros expostos, sai em voos curtos para pegar insetos e volta a segui. Na reprodução, o macho faz uma exibição chamativa, pairando no ar enquanto repete um “pi-d’d’d’d’rít” musical, às vezes antes de clarear.


PATINHO Platyrinchus mystaceus

Escasso, em mata e capoeira. Bico muito largo e chato, mandíbula clara; bem miúdo e rabicó. Marrom-oliváceo por cima, coroa com mancha amarela, em geral oculta, complexo padrão pardo-amarelado e preto na face. Garganta branca; pardo por baixo, centro da barriga amarelado.


Discreto, pousa em silêncio a baixa altura e não se junta a bandos mistos, fica na folhagem densa do sub-bosque e desloca-se de forma rápida e abrupta, sendo difícil acompanhar seus movimentos, o chamado mais frequente é um “uic” cortante , ás vezes dobrado, “uikik”. Canto, um trinado musical, primeiro em descendente e depois ascendente, terminando com um “uic”


O GÊNERO XOLMIS reúne de campo aberto, vistosos, fáceis de detectar e às vezes numerosos. Têm colorido simples, com branco, cinza e preto. Costumam se silenciosos e pousam em moitas, arvoretas, mourões e na fiação, descendo ao chão para pegar insetos.
NOIVINHA Xolmis irupero
Fácil de ver, ás vezes comum em áreas abertas com arbustos e arvores, tanto naturais quanto antrópicas, no S do pantanal. Plumagem muito branca, com preto só na asa e na ponta da cauda.  



A fêmea lavada de cinza nas costas. Inconfundível e graciosa, pousa em lugares bem expostos e desce ao chão para pegar presas, ás vezes depois “peinerar” (pairar no ar). Silenciosa, na reprodução o macho dá um “priiip, tuit priiip tuit...” suave.

NOIVINHA-BRANCA Xolmis  velatus

Razoavelmente comum, em áreas abertas com arbustos e árvores. Cabeça branca, nuca cinzenta, dorso  cinza com rabadilha e metade basal da cauda brancas, contrastantes, metade distal da cauda preta. 



Asa enegrecida com filetes brancos e larga estria branca ao longo das penas internas de vôo. Branca por baixo, vive em pares, pousa em locais bem expostos, como galhos secos e fios de eletricidade, e costuma abrir a cauda com freqüência, permite grande aproximação. Silenciosa


MARIA-BRANCA Xolmis  cinereus
Razoavelmente comum, em áreas abertas com arbustos e arvores, como pastos e plantações. Cinza por cima com estria branca sobre o loro, olho vermelho.
Asa preta com mancha branca na base das primárias, cauda peta com ponta branca, garganta branca  com bigode preto, peito cinza , barriga branca. Improvável confundi-la, permanece ativa até nas horas mais quentes do dia, pousa em poleiros expostos, de onde parte para pegar insetos em voo; as vezes também corre pelo chão. Voo ligeiro, direto e gracioso. Silenciosa, na reprodução dá um “Pi-priii” modulado suave.



SIRIRI-CAVALEIRO Machetornis rixosa
Comum de ocorrência ampla em qualquer tipo de área aberta, inclusive gramados, jardins e terra nua em sedes de fazendas e cidades.
Olho vermelho. Pardo-oliváceo por cima, mais cinzento na coroa e nuca, com uma mancha laranja no alto da cabeça, em geral oculta. Cauda com estreita ponta esbranquiçada, pernas longas. Garganta branca, por baixo amarelo.





Vive em casal ou grupinhos, corre pelo chão, com uma postura ereta, parando a cada tanto para olhar os arredores, bem esticado, segue cavalos e bois e pode pousar no dorso das animais, descendo para perseguir insetos espantados por eles, pousa também em telhados e galhos exposto. Costuma ser manso na proximidade de habitações humanas e em cidades. Dá uma série ascendente de notas muito finas, mais rápidas no final, a voz lembra do siriri.

As LAVADEIRAS são tiranídeos fáceis de ver à beira d’água, com plumagem elegante preta e branca. Geralmente em casais, percorrem o chão e caminham sobre a vegetação flutuante. Costumam abanar e abrir a cauda mantendo-a meio erguida.

FREIRINHA  Arundinicola leucocephala
Razoavelmente comum em brejo e campo úmidos. Base da mandíbula amarela, o macho inconfundível, com leve crista, preto com cabeça e garganta brancas, contrastantes.






A fêmea marrom acinzentada por cima, com testa branca e cauda preta, por baixo, esbranquiçada, com lados e flancos lavados de marrom. Fácil de detectar, pousa em taboas e juncos, em talos de capim e galhos finos e baixos. Pega insetos em voo. Não costuma andar pelo chão e não abre ou abana a cauda. Muito silenciosa.



LAVADEIRA-DE-CARA-BRANCA  Fluvicola albiventer


Escassa ou relativamente comum, em brejos e vegetação arbustiva adjacente; mais numerosa no Pantanal. Cabeça e partes inferiores brancas, contrastando com nuca, costas, asa e cauda pretas; rabadilha e faixas nas asas também brancas.




É improvável confundi-la. Alimenta-se de pequenos insetos, que captura enquanto caminha pelo chão ou sobre plantas flutuantes. Não vocaliza muito; às vezes emite um "zuir-zui-zui-zui" anasalado ou um "piur!" mais cortante.



O GÊNERO CASIORNIS inclui tiranídeos de cerradão, cor de canela, menores e mais delgados que os Myiarchus. Duas espécies que raramente ocorrem juntas.


NEINEI Megarynchus pitanguá


Razoavelmente comum, de ocorrência ampla em mata, capoeira, bordas e áreas abertas próximas. Bico muito forte e largo. Com cúlmen curvo. Coroa e máscara pretas. Separadas por sobrancelha branca, mancha amarela oculta na coroa, marrom-oliváceo por cima, asa e cauda com pouco ou nenhum canela, garganta branca, amarelo-vivo por baixo.




Compare com o bentevi, de bico mais estreito e de cúlmen reto, mais marrom por cima, filetes canela na asa e cauda voz distinta. Barulhento, pousa mais alto que o bentevi e oculta-se mais na folhagem, o casal pode juntar-se a bandos mistos, come insetos e frutos. Dá com frequência num “nhé-nhé-nhé” anasalado e estridente, que originou seu nome, também chamando de bentevi-de-bico-chato.
BENTEVI Pitangus sulphuratus
Comum de ocorrência ampla em borda de mata e qualquer ambiente alterado, abundante em cidades. Uma das abes mais populares do Brasil. Bico forte e reto, coroa e máscara negras, com longa sobrancelha branca, mancha amarela semioculta na cora, marrom por cima , asa com filetes canela, garganta branca, amarelo-vivo por baixo.



Chamativo e barulhento, pousa em locais bem visíveis, em casal ou grupinhos familiares. Come insetos e frutos, pesca peixinhos e caça pequenos vertebrados. Faz grandes ninhos esféricos, no alto de árvores ou até em transformadores em postes de luz. O canto, bem conhecido, é um sonoro “bem-ti-vi”, também dá um “iiii” no mesmo timbre.
 
O GÊNERO Myiozetetes  inclui vares espécies que lembram o bemtevi, mas são menores, com bico bem mais curto. Às vezes são vistas junto com ele.
BENTEVI-RAJADO  Myiodynastes maculatus
Razoavelmente comum em borda de mata, capoeira, e áreas abertas com árvores. Presente na região na época quente, quando esfria migra para a Amazônia. Grande, com intenso rajado. Marrom-escuro por cima, com grossas estrias pretas, mancha amarela semioculta na coroa, sobrancelha branca, máscara preta, face branca e “bigode” rajado de preto e branco.
Asa com filetes esbranquiçados; rabadilha canela, penas da cauda pretas, margeadas com canela. Garganta branca, por baixo, branco ou amarelado, com forte rajado preto. Sozinho ou em casal, frequentemente barulhento e chamativo. 



Come insetos e frutos. Tem vários chamados fortes e ásperos, incluindo um “kip!” repetido e um “tchip” ou “i-tchip”. O canto é mais musical, dado sobretudo de manhã e ao escurecer, um “ui-tchir-dé!” rítmic, repetido e rápido, às vezes sem a nota final


O GÊNERO MYIOZETETES inclui várias espécies que lembram o bentevi, mas são menores, com bico bem mais curto. Às vezes são vistas junto com ele

BENTEVIZINHO Myozetetes similis
Razoavelmente comum em áreas arbustivas e em bordas de mata e capoeira; quase ausente no N do Pantanal e na região da Chapada dos Guimarães.


Coroa cinza-escura com mancha alaranjada semioculta, longa sobrancelha branca e máscara enegrecida;  demais partes superiores oliváceas, coberteiras da asa orladas com cinza ou pardo. Garganta branca, por baixo amarelo-vivo. O jovem pode ter tanto as coberteiras como as primárias orladas de canela. Dá vários chamados ásperos, como um “kriiíu” frequente, um “utittititi!” e um “uii! “ agudo e cortante.



O GÊNERO MYIARCHUS inclui tiranídeos de porte médio, de ambientes arborizados. Muito parecidos entre si, é mais fácil identificá-los pelas vozes características. Aninham em ocos de árvores.

GIBÃO-DE-COURO   Hirundinea ferrugínea
Razoavelmente comum perto de paredões rochosos, ás vezes em edificações em fazendas e cidades. Migrante austral pode aparecer no inverno. Marrom por cima, rabadilha e base da cauda ferrugíneas, vem visíveis.
Não há outro tiranídeo semelhante. Sedentário, vive em casal ou grupinhos familiares, pousando em saliências de paredões rochosos ou da fachada de edifícios, em áreas urbanas, não se incomoda  com a movimentação de pessoas ou carros. Ao voar, o ferrugíneo das asas fica bem evidente. Emitem chamados finos como “uiur!” ou “uiu-r-r-r-r”.

O GÊNERO CASIORNIS inclui tiranídeos de cerradão, cor de canela, menores e mais delgados que os Myiarchus. Duas espécies, que raramente ocorrem juntas.
CANELEIRO - Casiornis rufus
Razoavelmente comum, de ocorrência ampla em cerradão e mata de galeria. Base do bico rósea. Canela-vivo por cima. Garganta e peito canela, barriga pardo-amarelada. Mais esguio, de cauda mais longa que outros caneleiros.
Arborícola, as vezes desce ao sub-bosque, em casal, pousa ereto e costuma arrepiar a crista, acenando com a cabeça, comum Myiarchus. Junta-se a bandos mistos. Silenciosa, dá um “pssi” fraco e estridente, as vezes dobrado.


O GÊNERO SERPOPHAGA inclui espécies pequenas e de colorido apagado, com mancha branca no meio da coroa. A maioria é arborícola e há também um especialista em ambientes ribeirinhos.

ALEGRINHO Serpophaga subcristada
Escasso, em borda de mata, capoeira, áreas abertas com árvores e arbustos, status na região incerto, talvez presente como visitante de inverno. Cinza-oliváceo por cima, mais cinza na cabeça e pescoço, sobrancelha branca curta, crista com branco no meio, em geral bem visível, asa escura com duas faixas brancas.
Peito cinza-claro, barriga amarelo-clara. Sempre ativo, percorre a vegetação a alturas variadas, muitas vezes em locais abertos. Emite vários matraqueadinhos finos e delicados, como um “tiritititic”.

GÊNERO THYRANNUS  inclui tiranídeos de porte médio, habitantes de áreas aberas e fáceis de avistar. Na região, duas espécies tem barriga amarela e outras duas tem as partes inferiores brancas por baixo, uma delas com cauda muito longa.
SIRIRI Tyrannus melancholicus

Abundante e fácil de detectar em áreas abertas, incluindo pastos e plantações, e em cidades. Boa parte da população migra para norte, rua à Amazônia, com a chegada do frio, na porção N da região parece ser residente o ano todo. 




Cabeça cinza com máscara mais escura. Oliva-acinzentado por cima, asa e cauda enegrecidas, cauda levemente furcada. Garganta acinzentada, peito e barriga amarelo-vivos. Sozinho ou em casal, pousa em locais bem expostos e permanece ativo o dia todo, Captura insetos em voo, partindo de poleiros , e fora  da época de cira como muitos frutos. tem vários chamados agudos, o mais comum é um "siriri", que originou seu nome.


TESOURINHA   Thyrannus savana


Tem  longa cauda em tesoura. Razoavelmente  comum, em campos sujos, pastos com árvores e pomares, residente de verão, no frio migra para o N, até a Amazônia. Inconfundível, cabeça preta, costas cinzentas. Asa escura, longa cauda preta, em tesoura, a lamina externa das penas externas da cauda tem base branca. 




Branca por baixo. Jovem com boné mais marrom, sem penas longas. Fácil de detectar e muito bonita, costuma pousar sobre moitas e árvores, inclusive em jardins. Dá vôos longos e graciosos para pegar insetos em vôo. Na época de reprodução é vista em casal, mas em outras épocas é gregária, migrando em bandos, fora da reprodução como muitos frutos.



TIJERILA   Xenopsaris albinucha

Rara, de ocorrência localizada em cerrado, campos sujos e caatinga. O macho com coroa preta, loro branco e nuca cinza-clara; por cima, cinza-amarronzado, asas mais amarronzadas; cauda preta com laterais brancas. Branca por baixo. 




A fêmea mais marrom na coroa e por cima, barriga lavada de pardo. Jovem com coroa escamada de branco. Ativa, de aparência aleta, difícil de confundir. Só ou em casal, não se junta a bandos mistos, em geral silenciosa.