domingo, 14 de agosto de 2011

PAPAGAIOS, ARARAS E PERIQUITOS

PAPAGAIOS, ARARAS E PERIQUITOS (Psitacídeos) Aves coloridas, de bico curtos , muito curvo e pés hábeis. Porte variável, cauda longa ou curta. Ruidosos e sociáveis, a maioria aninha em ocos de árvores. Silenciam quando pousam e podem ser detectados pela “chuva” de restos que cai ao comerem frutos ou sementes.

ARARA AZUL GRANDE  Anodorhynchus hyacinthinus
No passado, teve ampla ocorrência em mata de galeria; hoje só é numerosa no pantanal. Espetacular, o maior psitacídeo do mundo.

Enorme bico preto, mandíbula margeada de amarelo vivo. Plumagem azul-intensa, preta sob a asa e a cauda. Inconfundível, mas outras araras podem parecer bem escuras em iluminação ruim; a silhueta “cabeçuda” é característica. Ao contrário das outras araras, raramente voa muito alto.
Vive em casal ou grupinhos; alimenta-se dos frutos das palmeiras acuri (Scheelea) e bocaiúva (Acrocomia), e desce ao solo para comer os coquinhos caídos, caminhando com passo bamboleante. Bandos com até 30-40 aves congregam-se onde a comida é farta. Na região, aninha em ocos de árvores, em geral imensos manduvis (Sterculia). Voz muito potente, mais grave e rouca que a de outras araras, um “raaanh!” que pode ser repetido, ás vezes mais arrastado, ás vezes como um tagarela rápido. A ocupação agropecuária fez sua população diminuir ou sumir em boa parte da distribuição original.
No pantanal, a população declinou há algumas décadas, pela captura para o tráfico de animais, mas agora parece estar estável ou mesmo aumento, graças à proteção por muitos proprietários rurais.

O GÊNERO ARA inclui araras grandes e coloridas, de caudas afiladas muito longas e pele nua na face. Vozes potentes, que ressoam grande distância.
ARARA CANINDÉ Ara ararauna
Razoavelmente comum, de forma localizada, em mata de galeria e cerradão; está em declínio populacional ou desapareceu em muitos lugares.
 Face nua branca, com fileiras de peninhas pretas e um pequeno “babador” preto. Por cima, colorido azul-intenso, com penas de voo mais escuras. Por baixo, amarelo viva; amarelo sob as asas e a cauda. Inconfundível, mas sob iluminação ruim pode ser difícil distinguir suas cores.



Vive em casal ou bandinhos; em alguns lugares reúnem-se grupos grandes, com 30-50 aves (com no P.N das emas). Pode voar longas distâncias entre os locais de pernoites e alimentação, passando veloz a grande altura.


Como outros psitacídeos, pode ser difícil de localizar quando pousada, pois permanece em silêncio. Na região alimenta-se dos frutos de palmeiras, no chão ou a baixa altura. Voz menos áspera que outras araras, mas ainda assim barulhentas; o grito mais característico é um ”rraaah!” rouco e potente dado em voo ou pouco antes de voar; também dá um “Kurioréc” típico.

ARARA VERMELHA GRANDE Ara chloropterus

Escassas, hoje com ocorrência localizada em cerradão e mata semi úmida, podendo aparecer em cerrado; declinou em muitas áreas, por causa da captura e ocupação agropecuária.
Bico bicolor; face nua branca com fileiras de peninhas vermelhas. Colorido geral vermelho vivo; baixo dorso, rabadilha e crisso azul claros. Coberteiras de asa verdes, penas de voo azuis. Vermelho sob asas e cauda.
Inconfundível em boa iluminação. Comportamento parecido ao do Canindé. Parece ocorrer, sobretudo longe da água e nuca em bandos grandes. Aninha em ocos de árvores ou em buracos em paredões rochosos. Voz mais potente que das araras, em geral mais grave e menos variada que a da Canindé.


MARACANÃ DE CARA AMARELA  Orthopsittaca manilata
Razoavelmente comum em matas de galeria, sobretudo no N da região. Associada à palmeira buriti (Mauritia). Antes do gênero Ara. Face nua amarelada. Colorido geral verde, azulado na coroa, com garganta e peito esbranquiçados, como se enfarinhados; mancha vermelha na barriga. Penas de voo azuladas. 
Amarelas esverdeado claro sob as asas e a cauda. Em geral em grupinhos, às vezes em bando com 25 ou mais aves. Vista voando entre locais e pernoites e de alimentação, tipicamente em buritizais; às vezes pernoite nas palmeiras. Em voo, esguia, com asas finas e pontudas e cauda estreita, às vezes meio erguida; batidas curtas asa. Ao voar, voz mais aguda e mais suave que a das outras araras, um “cree-e-e” repetindo, ouvindo longe.



As MARACANÃS tem o porte muito menor que as araras. Támbém tem a pele nua na face e longas caudas afiladas. Antes estavam classificadas no gênero Ara.


MARACANÃ-DE-COLAR  Primolius auricollis

Razoavelmente comum de forma localizada, em cerradão, mata de galeria e áreas abertas próximas, no Pantanal; uma população isolada habita a iIha do Bananal e entorno. Verde-viva, com face nua branca, testa enegrecida e gola amarela na nuca.




Primárias azuis; cauda vermelha e azul por cima; amarelo-oliva sob as asas e a cauda. Solitária ou em grupinhos, costuma pousar em galhos expostos. Pode frequentar a proximidade humana. Barulhenta, tem voz menos áspera que seus parentes maiores.



MARACANÃ-PEQUENA   Diopsittaca nobilis
Escassa ou razoavelmente comum, de forma  localizada, em cerrado buritizais. Vive bem no entorno de casas e até em cidades. Pequena, do porte de um periquitão. Verde-viva, com pequena área de pele facial branca, bico bicolor e testa azulada.
Ombro vermelho. Amarelo-oliva sob as asas e cauda, difere de outras maracanãs por não ter azul nas primárias. Vive em grupinhos que pousam em palmeiras, mansas. A voz lembra o gênero Aratinga, algo anasalada, em geral um “ain-ain” que repete depressa.
GÊNERO ARATINGA inclui pstacídeos de porte médio, de cor geral verde e cauda longa e afilada. Gregários, comem frutos, sementes e as vezes flores.


PERIQUITÃO-DE-TESTA-AZUL  Aratinga acuticaudata

Escasso, de ocorrência localizada em cerradão e mata de galeria, no Pantanal e no NE extremo da região. No pantanal, bico bicolor, anel esbranquiçado ao redor do olho.
Plumagem verde, com cabeça azul, peito às vezes infido de azul, base da cauda avermelhada por baixo. Vive em bandos e é menos dado a longos voos a grande altura. A voz lembra a do periquitão-maracanã, talvez algo mais estridente.

PERIQUITO REI Aratinga aurea
Comum, de ocorrência ampla em cerrado, cerradão, mata de galeria, jardins e até em algumas cidades. Verde por cima, com testa e anel ocular laranja-vivos e papo “sujo” e marrom. É periquito mais visto em áreas abertas.
Visto em casal ou em bandos (menos numerosos que nas outras espécies) que voam em formação compacta, manobrando entre as plantas esparsas.
Alimenta-se de frutos, sementes e flores, em árvores, arbustos e ás vezes no solo. Pode escavar seu ninho em cupinzeiros arbóreos (e não em ocos de árvores, como outras Aratinga). Emite gritos ásperos, estridentes, às vezes sem parar.

CATURRITA Myiopsitta monachus
Comum ou localmente abundante, em áreas abertas com árvores, bordas e arvoredos pertos de casas, no Pantanal. Parte anterior da face, garganta e peito cinza-claros, bico róseo, papo e peito escamados mais escuros.
Verde por cima, pernas de voo azuis; barriga verde mais claro. Longa cauda afilada. Inconfundível, fácil de detectar. Muito sociável, constrói ninhos comunitários volumosos, feitos com gravetos no alto de árvores, às vezes em postes de luz. O jaburu pode construir por cima seu próprio ninho, ainda maior e as duas espécies coexistem em harmonia se o peso combinado dos ninhos não derrubá-los ao chão.
Come frutos e sementes, tanto silvestres quanto cultivados, alimentando-se a qualquer altura, do topo das árvores ao solo; visita comedouros de aves. Chamado estridente e áspero, “kriá-kriá”. Grita sem parar, até a noite, dentro dos ninhos; os grandes bandos são muitos barulhentos.


PRÍNCIPE NEGRO Nandayus nenday
Razoavelmente comum ou comum de forma localizada (mais numerosos no S), em campos úmidos com palmeiras carandá (Copernicia) e em matas e cerradões adjacentes, no pantanal. Longa cauda afilada.



Cor geral verde, “capuz” preto (com algumas pernas avermelhadas nas bordas), anel orbital cinza, peito azul, meio enfarinhado, coxa vermelha; pernas de voo azuis.



Por baixo, pernas de voo e cauda escuras contrastam com a plumagem verde. Na região, único psitacídeo de cabeça preta. Vive em grupinhos que pousam em poleiros expostos, inclusive mourões de cerca (nos quais pode aninhar); em geral voa baixo.



Costuma alimentar-se o solo, às vezes com caturritas. Dá gritos fortes e agudos, que pode repetir sem parar, tanto em voo como pousado. Tagarela o tempo todo, sobretudo em voo, mas também empoleirado.
 






TIRIBAS são menores e mais delicadas que as Aratinga, com padrões de colorido mais complexos. Preferem a mata e são discretas, raramente voando acima do dossel. Estão quase sempre em bandinhos e parem ter reprodução cooperativa.

PERIQUITO DE ENCONTRO AMARELO Brotogeris chiriri
Comum de ocorrência ampla em dossel e na borda de cerradão e mata, frequentando áreas abertas com árvores esparsas, fazendas e até cidades grandes.


Pequeno, de cauda afilada e um tanto curta, cor geral verde, mais escura por cima, com anel orbital esbranquiçado e grande área amarelo viva nas coberteiras, visível mesmo na asa fechada.


Difícil  de confundir, muito sociável, pode formar bandos numerosos, costuma voar alto, percorrendo áreas abertas, e tem voo característico, errático e instável, diferente de outros pstacídeos. Empoleira em locais altos e também frequenta plantas mais baixas em bordas e áreas mais abetas.



Pousa em poleiros expostos, mas a cor verde pode dificultar sua localização. Come frutos, sementes e flores, inclusive de plantas cultivadas. Voz estridente, o bando tagarela sem para, sobretudo durante o voo.

As MAITACAS são papagaios pequenos, de cauda curta e quadrada e coberteiras subcaudais vermelhas. Ao voarem, batem as asas bem abaixo do nível do corpo.

MAITACA-VERDE Pionus maximiliani

Razoavelmente comum em mata e capoeira, na maior parte da região do Centro Oeste. Anel orbital orbital branco, cor geral verde, cabeça e pescoço com escamado escuro e azul no peito, crisso e base da cauda vermelhos.



PAPAGAIO GALEGO Alipiopsitta xanthops
Raro ou escasso, de ocorrência localizada em cerrado e mata de galeria, às vezes em pastos com árvores e até quintais, mais comum em áreas protegidas e arredores.




Colorido variável. Anel orbital esbranquiçado, forma verde , quase toda verde, face amarela. Loro vermelho, escamado amarelo por baixo. Forma amarela com mais amarelo na cabeça , pescoço e por baixo, extensão variável de vermelho dos lados.



Alguns perdem as penas da testa, expondo uma careca de pele alaranjada. Jovem todo verde. Em casal ou grupinho, voa baixo e as vezes frequenta pomares para comer frutos. Pode estar com papagaio verdadeiro. Repertório vocal limitado, em geral um “Kri-kri” e variantes, dado em voo ou posado.

GÊNERO AMAZONA inclui papagaios com colorido facial característico e espelha na asa, visível em voo. Sociável, mesmo no bando o casal permanece próximo. Voo reto e decidido, com batidas de asa curtas e rápidas. Populares como aves de gaiola, estão em declínio populacional pela captura incessante.
 
PAPAGAIO VERDADEIRO Amazona aestiva
Razoavelmente comum em mata de galeria, cerradão e áreas abertas próximas, inclusive pastos. Cor geral verde.



Face amarela , testa azul, pescoço, costas e peito com leve escamado mais escuro. Em voo, espelho vermelho bem visível na asa e ombro amarelo.



A cabeça pode sem verde no jovem e quase toda amarela na ave velha. Vive em casal ou bandinlhos, que fora da época de cria podem juntar se em grupos numerosos.




Uma das aves mais cobiçadas no Brasil, esta em declínio por causa da captura de filhotes e destruição dos ocos nos quais aninha. Dá vários chamados roucos, o mais comum , em voo é um “rau rau” repetido

BATUIRAS E QUERO QUEROS (CARADRILÍDEOS)

BATUIRAS E QUERO QUEROS  (CARADRILÍDEOS) São aves pernaltas, de bicos curtos. Não entram na água e algumas espécies vivem longe dela. Varias espécies são migratórias, mais as três que ocorrem na região são residentes.

QUERO QUERO Vanellus chilensis

Comum, de ocorrência ampla em áreas abertas, como pastos e plantações; freqüentam, o entorno de casas. Inconfundível. Longa crista rala. Bico rosa   choque com ponta preta. Cabeça e pescoço cinzentos, com mancha branca na face e linha preta da testa ao meio do papo;


peito preto. Pardo-escuro por cima, com escapulares bronzes e verde e esporão rosa no ombro; rabadilha branca e cauda preta; asas largas e arredondadas, faixa branca por cima, por baixo contraste entre coberteiras brancas e penas de vôo pretas. Em par, trios os pequenos grupos barulhentos; às vezes ativo a noite.


Na reprodução, defende com valentia o entorno do ninho ou filhotes, e ataca intrusos com vôos rasantes, gritando muito. O grito é um “quéru-quéru-quéru...” estridente dado á menor perturbação; pode ser bem irrante.

Indivíduos com plumagem leucística.


MEXERIQUEIRA   Hoploxypterus cayanus
Escassa, em bancos de areia e lamaçais á beira de rios e lagoas. Ás vezes incluídas no gênero Vanellus. Uma batuíra e elegante, com padrão de colorido vistoso. Bico escuro, anel ocular vermelho.



 Máscara preta, descendo pelo lado do pescoço e unido-se à coleira que também é preta. Coroa cinzenta, circundada por uma faixa branca. Pardo escura por cima, com uma faixa bicolor, preta e branca, de cada lado das costas; rabadilha branca, cauda preta. Branca por baixo; pernas vermelhas. Em voo, a asa exibe um vistoso padrão tricolor (porção anterior marrom-cinzenta, posterior branca, ponta preta); tem um esporão na curva da asa. Quase inconfundível; compare com o quero quero.


 Vive em pares bem espaçados, raramente em grupinhos. Dá corridinhas curtas, parando para capturar os invertebrados de que se alimenta; raramente entra água. Em geral silenciosa, pode dar um “uút” ou “ ui-uút” suave; vocaliza em dueto, uma nota “gli” repedida várias vezes, inclusive durante a noite.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SARACURAS, SANÃS e FRANGOS D’ÁGUA

SARACURAS, SANÃS e FRANGOS D’ÁGUA

Lembram galinhas na aparência e vivem perto da água, entre a vegetação; a maioria é detectada pela voz. Alguns frangos d’água nadam.

O GÊNERO ARAMIDES. Inclui saracuras  grandes e coloridas com bico longo, de brejos e matas inundadas. São mais avistadas que os outros ralídeos; caminham de cabeça erguida, mexendo a cauda, sempre arrebitada. Tem vozes potentes e características.

TRES POTES    Aramides cajanea
Relativamente comum, de ocorrência ampla em brejos e áreas alagadas. Bico esverdeado, com base mais amarela por cima, oliváceo; cabeça, pescoço e peito cinzentas, coroa mais marrom, garganta mais clara. Alaranjada por baixo; rabadilha, cauda e baixo ventre pretos; pernas vermelhas. Ao voar as penas de voo ferrugíneas ficam visíveis.

Em geral arrisca, costuma permanecer oculta na vegetação. Deixa refúgio da folhagem para se alimentar em bancos de lama  e podem também cruzar estradas. Enfia o bico na lama e no folhiço; atira folhas para os lados. Canto potente, familiar mais ouvido ao amanhecer ou no crepúsculo (ás vezes a noite). Pode ser um “teres pot” ou variações, repetido e seguido por “pot pot pot...”; em dueto ou em coro, pode soar como “três potes”(daí o nome popular). Ás vezes o coro dura vários minutos, soando meio alucinado.



FRANGO D’ÁGUA COMUM  Galinulla chloropus
Escasso , de ocorrências localizada na beira e arredores de baías e brejos. Escudo frontal e bico vermelhos, este com ponta amarela. 


 Adulto cinza escuro, mais marrom nas costas e asas, mais preto na cabeça e pescoço, co uma faixa branca bem visível no flanco e lados do crisso brancos. Imaturo mais apagado e claro, sobretudo por baixo, mais já com branco no flanco e crisso. Compare o jovem com o do frango d’água-azul, bem mais amarronzado.



Nada com frequência, em geral movendo a cabeça para diante e para trás; também caminha sobre a vegetação de brejo ou em terreno encharcado, mexendo a cauda a cada passo. Voo fraco, em geral rente à água. Da vários chamados grasnados, muitas vezes por longo tempo, “krã...krã...”, um “kreeenh” áspero e um “kréréréré, kré,  kré , kré, kré”, mais complexo.


FRANCO D’ÁGUA AZUL  Porphyrula Martinica
Comum em brejos e á beira de lagoas e baías. Ás vezes colocado no gênero Porphyrio. Adulto vistoso, inconfundível, por cima, verde azulado com reflexo bronzeado, escudo azul claro na base do bico. Vermelho com ponta amarelo esverdeada.

Cabeça, pescoço e partes inferiores azul violáceo, mas escuro no baixo vente, crisso branco, pernas e pés amarelos, dedos longos. Imaturo mas apagado: bico e pernas amarelados, marrom por cima , tom azulado na asa, branco por baixo, peito pardacento, crisso branco, compare com o frango d’água pequeno, bem menor e com o imaturo frango d’água comum, mais cinzento, sobretudo por baixo. 





Os dedos muito longos permitem lhe andar sobre as plantas flutuantes, matem a cauda erguida, expondo o crisso. Raramente nada, e pode escalar a vegetação arbustiva. Tem voo fraco e lento, mas voa grandes distâncias e pode aparecer em locais inesperados. Dá vários cacarejos e grasnados, o mais comum é um “kã”, muitas vezes numa série rápida como “kãkãkãkã karra ka

PICAPARRA   Heliornis fulica
Escasso, de ocorrências localizado em cursos d’água  lentos e lagoas brejos, em meio à mata. Pertence á família dos heliornitídeos. Ave aquática discreta, de cabeça pequena e pescoço esguio; em geral vista nadando.



No geral, marrom oliváceo por cima, branco por cima. Bico curto e reto, bicolor. Coroa e nuca pretas com sobrancelha branca e estria branca descendo pelo pescoço. Fêmea com face canelada; na época de cria tem maxila e anel ocular vermelho. Cauda longa e larga, preta com fina faixa branca na ponta. Pernas estriadas de preto e amarelo, pés lobados com rajado com preto e amarelo (visível fora d’água).


Silhueta mais arredonda que a de mergulhões ou patos (que não tem cabeça e pescoço estriados de preto e branco). Compare com a jaçanã imatura. Em geral é vista nadando sozinha, com a maior parte do corpo submersa, as vezes só o pescoço de fora; move a cabeça e o pescoço para diante e para trás. Fica perto da vegetação, preferindo locais onde elas se projeta por cima da a água; se perseguida ao nadar, pode escalar a folhagem baixa e densa, sumindo totalmente. Voo fraco em geral curto; costuma chapinhar pela superfície antes de levantar voo o macho tem dobras de pele sob as asas, onde abriga os filhotes e carrega-os em voo. Em geral silenciosa, na época das cheias da chamados fortes e anasalados , “kA,kA-ka!” repetidos, lembrando um cachorrinho ou um “kro-kro,ko-kuá!”mais grave, que lembra vagamente uma saracura.


JAÇANà Jacana jacana
Comum de ocorrência ampla em brejos e a beira d’água; como outras aves aquáticas. Pertence a família dos jacanídeos. Bem peculiar, com dedos e unhas extremamente longos(em campo, vistos de imediato), que lhe permite andar com desenvoltura sobre a vegetação flutuante.Bico amarelo, escudo frontal bilobado e barbelas vermelhas.


Adulto com cabeça, pescoço e partes inferiores pretos; por cima castanho ferrugineo. Em voo, veem se as penas de voo amarelo esverdeados, inconfundíveis. Tem um esporão no “ombro”, visível quando a ave fica um instante  aberta após pousar.



Imaturo bem diferente, sem vermelho no bico mais já com penas de voo amarelo esverdeados; marrom  por cima, com coroa e nuca pretas e sobrancelhas branca bem visível; branco por baixo.Plumagem  intermediarias, manchadas de preto, são comuns.Adulto e imaturo são inconfundíveis:nenhum ralídeo tem pés tão longos, amarelo na asa ou sobrancelhas. Compare com o picaparra. Atraente e chamativo, e vista na vegetação alagada ou na lama, às vezes em grupinhos, que se juntam, sobretudo quando a água baixa. Voo em geral rasteiro com asas flexionadas, pescoço estendido e as longas pernas e pés esticados para trás. Barulhentas, dá vários chamados fortes , cacarejos e matraqueados. Se assustada, dá um voo curto, gritando, mas ao contrário de outras aves paludícola, mantém se á vista. Seu sistema reprodutivo é peculiar: vários machos vivem no território de uma fêmea que é um pouco maior. O macho é responsável por incubar os ovos e criar os filhotes.


PAVÃOZINHO-DO-PARÁ  Eurypyga helias

Comum nas margens florestadas de lagos, riachos e rios, mais numeroso no Pantanal. Pertence à família dos Euripigídeos. Inconfundível com cabeça pequena, pescoço esquio e colorido complexo. Bico longo e reto, mandíbula amarela ou laranja, olho vermelho. Cabeça preta com duas longas estrias brancas, dorso marrom-enegrecido barrado de pardo. 


Coberteiras da asa com grandes pintas brancas. Garganta branca, pescoço e peito ferrugíneos barrado e vermiculados com preto, barriga parda, pernas curtas e amarelas. Em voo, grande mancha parda e ferrugínea nas primárias, duas faizas pretas e castanhas na cauda. Solitário, caminha à beira da água com passos lentos, movendo a cabeça e o pescoço para diante e para trás. Se ameaçado, estica-se para diante e gira o corpo de um lado a outro, com asas e cauda bem abertas, exibindo seu belo colorido.