terça-feira, 15 de novembro de 2011

PÁSSAROS PRETOS, CORRUPIÕES E AFINS (Icterídeos)

PÁSSAROS PRETOS, CORRUPIÕES E AFINS (Icterídeos) Formam um grupo diversificado, exclusivo das Américas. Têm bico pontudo e cor preta predomina em muitas espécies. Vários são gregários e aninham em colônias.
ASA-DE-TELHA  Agelaioides badius
Localmente comum em áreas abertas, incluindo plantações, pastos e capoeira rala, no Pantanal todo pardo, escuro ao redor do olho, asa ferrugínea. O contraste com a asa ferrugem identifica-o .
 Quase sempre em bandinhos, as vezes com o chupim, sobretudo no solo. O casal as vezes usurpa ninhos de outras aves, não é parasita como seu parente chupim, mas é parasitado pelo chupim-picumã. O canto é uma série de assobios, de timbres variados, em geral dissonantes, ás vezes ásperos, vários membros do bando podem cantar ao mesmo tempo.

CHUPIM   Molothrus bonariensis
Comum, de ocorrência ampla em áreas abertas e com arvores, incluindo pastos, sede de fazendas e cidades. O macho preto com reflexo violáceo, mas brilhante na cabeça e nuca. A fêmea marrom-chocolate escura, quase preta, com aparência aveludada. Jovem parecido a ela. Vive em bandos e o dimorfismo sexual ajuda no reconhecimento.



Uma das aves mais populares do Brasil, é frequente na proximidade humana. Alimenta-se no chão e costuma acompanhar o gado e visita comedouros com grãos. Parasita os ninhos de inúmeras outras aves, que incubem seus ovos e criam os filhotes. Canto, um chilreio musical, muitas vezes dado em voo, o macho dá , ainda, um canto mais grave, gorgolejado, com a cabeça curva e as penas do pescoço infladas. Também chamado de caudério, maria-preta e vira-bosta.



IRAÚNA-GRANDE Molothrus oryzivorus
Escassa, de ocorrência localizada em beira de mata e áreas abertas próximas. Olho laranja. O macho preto com reflexo violáceo. Penas do pescoço eriçadas dão a impressão de ter cabeça pequena. A fêmea mais opaca, pescoço menos eriçado.





Mesmo a fêmea é vem maior que os congêneres. Ao voar, é reconhecido pelo voo ondulante, característico, com várias batidas de asa rápidas e um descida quando as asas são fechadas. Passa muito tempo no chão, ás vezes em grupinhos, segue o gado e pode visitar comedouros em fazendas. A fêmea ronda as colônias de nidificação de japús e guaxes, cujos ninhos parasita. É uma ave silenciosa.


PÁSSARO-PRETO, GRAÚNA Gnorimopsar chopi
Comum, e fácil de ver, em áreas abertas, incluindo pastos, plantações e sede de fazendas. Bico afilado, com um sulco diagonal na mandíbula, pouco visível, mas  característico. Preto luzidio, coroa e nuca com penas finas em ponta, dando um efeito despenteado. Em bandinhos caminha pelo capim e no solo nu, pousa em árvores ao redor de construções e costuma pernoitar em palmeiras. Não segue o gado.  Dá vários chamados fortes e musicais, mesmo antes de clarear ou nas horas mais quentes do dia, canto variado, sem padrão fixo, com assobios sonoros e bonitos intercalados a trinados agudos e notas desafinadas.


POLÍCIA-INGLESA-DO-SUL  Sturnella superciliaris
Comum em campos e pastos mais viçosos. O macho preto por cima com sobrancelha branca atrás do olho; ombro vermelho. Garganta e peito vermelhos-vivos, barriga preta. Na plumagem nova, as penas têm pontas pardas, que escondem o preto e vermelho, mas a sobrancelha branca sempre é visível. 





A fêmea, rajada de de preto e pardo  por cima, com estria na coroa e sobrancelha pardas, parda por baixo, peito lavado de rosa, flancos e barriga com rajado escuro. Sociável, na reprodução forma colonias um tanto difusas; cada macho defende seu território e passa longos períodos pousado sobre um arbusto baixo.


Os GENEROS AGELASTICUS e CHRYSOMUS incluem icterídeos de porte um tanto pequeno, de colorido geral preto e bico fino e pontudo, que vivem em brejos e áreas vizinhas. As duas espécies, agora em gêneros distintos, antes estavam  colocadas no gênero Agelaius.


CARRETÃO-DE-BREJO Agelasticus cyanopus

Razoavelmente comum, em brejos e borda de lagoas, mais numeroso no Pantanal, o macho preto luzidio uniforme, a fêmea rajada de preto e marrom por cima, sobrancelha amarelada, loro de face enegrecida, asa preta com filetes ferrugíneos.
Por baixo, amarelo-suja rajada de preto. Compare com o pássaro-preto, de áreas mais secas, vive em casal, no máximo em grupos pequenos, estritamente associados a ambientes úmidos, esqueira-se entre taboas, capinzais e moitas, e caminha sobre a vegetação flutuante.



GARIBALDI Chrysomus ruficapillus
Escasso, localmente comum em brejos e outras áreas úmidas, frequentando áreas abertas vizinhas, inclusive pastos e plantações. O macho preto luzido, com coroa e garganta castanho-escuros.



A fêmea apagada, parto-oliváceo com discreto rajado preto, por baixo mais clara, com garganta levemente acanelada. Dependendo da luz, pode se difícil distinguir o castanho do macho, e é mais fácil reconhecer a fêmea. Gregário, vive em bandos numerosos durante o ano todo, criando em colônias. Raramente se afasta da água, e em outras regiões pode se praga em arrozais. Canto, um “tche-tche-tzi-tchrrrrr” prolongado e descendente, também dá assobios em trinados suaves e musicais.


Os CORRUPIÕES são icterídeos vistosos, de plumagem laranja-viva, e habitam capoeiras e matas secas. As duas espécies da região, o João-pinto e corrupião, antes eram considerados coespecificas.
JOÃO-PINTO Icterus croconotus
Escasso ou razoavelmente comum em mata de galeria e bordas. Laranja, com face e “babador” pretos em algum azul ao redor do olho, asa preta com ombro laranja e mancha branca nas secundárias, cauda preta. Inconfundível em sua área de ocorrência,  sozinho ou em casal, não se juta a bandos  mistos.







Apossa-se de ninhos fechados, como o do xexéu, do bentevi e de Phacellodomus, em geral abandonados, mas ás vezes expulsando o dono. Canto, uma série de frases assobiadas musicais e fortes, cada um bissilábica, como “tchir-to”, em geral com uma nota introdutória mais suaves, é repetido com vagar, a intervalos que podem prolongar-se.



ENCONTRO Icterus cayanensis
Comum, de forma localizada, em cerradão, borda de mata, buritizais e áreas abertas com árvores. No pantanal, preto com dragona castanha no ombro. Em geral sozinho ou em casal, aves não reprodutoras podem  formar bandos, com até 20 ou mais indivíduos.




Visita com regularidade árvores florida e às vezes aparece em comedouros com frutas em sedes de fazendas. Ágil, costuma agitar a cauda um tanto longa. O canto é uma série agradável de notas e frases assobiadas, separadas por intervalos: “suit...piir...piir...pir.. krii wrrrrt”, pode imitar outras aves.

O GÊNERO CACICUS inclui icterídeos grandes, de cor geral preta, a maioria com vermelho ou amarelo na asa, rabadilha ou cauda. O macho bem maior que a fêmea. São aves barulhentas, que chamam a atenção.



IRAÚNA-DO-BICO-BRANCO Cacicus solitarius


Escassa ou razoavelmente comum, em borda de mata e em matas ribeirinhas, mais numerosas no Pantanal. Às vezes no gênero Procacicus. Bico esverdeado, olho escuro. Toda preta.
Compare com  o macho do carretão-do-brejo, todo preto, mas menor, de bico escuro, também com o guaxe, de olho azul. Percorre a folhagem densa a baixa altura, geralmente em casal, fuçando emaranhados de folhas mortas, as vezes pendurando-se de cabeça  para baixo, em locais mais abertos, sobe ao topo de arvores para se alimentar nas flores, não cria em colônias, tem repertório variado de chamados fortes e estridentes, incluindo um “ki-uou, ki-uou...” penetrante.



GUAXE Cacicus haemorhous
Razoavelmente comum com ocorrência localizada, em dossel, borda de mata e de cerradão em áreas abertas próxima. Olho azul, bico claro amarelado.




Preto com baixo dorso e rabadilha vermelhos, a fêmea mais opaca, pode ter olho escuro. Na ave pousada, o vermelho pode ficar oculto. Cria em colônias, que podem ser grandes, instaladas em árvores altas, ás vezes isoladas em área aberta. Dão vários chamados ásperos ou guturais, que intercala com notas mais melodiosas.

XEXÉU Cacicus cela
Razoavelmente comum em dossel de borda de mata e capoeira e em áreas abertas adjacentes, mais numerosas no norte do pantanal. Olho azul, bico amarelado ou cinza-claro. Preto com uma grande mancha amarela na asa, rabadilha, crisso e base da cauda amarela, a fêmea de plumagem mais opaca, pode ter olho escuro.



Exuberante e chamativo, cria em pequenas colônias, que constrói em locais expostos, as vezes junto com japus. Alimenta-se de frutos e insetos, e também visita árvores floridas. Tem amplo repertório de chamados fortes, alguns ásperos e cortantes, outros mais melódicos às vezes incorporam imitações de outras aves. Ao cantar, o manco se inclina para diante e arrepia as penas da rabadilha.




JAPU Psarocolius decumanus


Comum, de ampla ocorrência em borda de mata e cerradão e em áreas abertas comm árvore. Olho azul-claro, bico cor de marfim ou esverdeado. Preto luzidio com rabadilha e crisso castanhos e cauda longa, preta no centro e amarelo-viva dos lados; o preto pode estar salpicado co algumas penas amarelas ou brancas, difícil de confundir.
Chamativo e gregário, pode ser visto com outros icterídeos, mas aninha longe deles,  em árvores isoladas, em voo, tem silhueta alongada e batidas de asa regulares e firmes.

Durante a exibição, o macho inclina-se para diante, abana as asas e ergue a cauda, emitindo um gorgolejo forte, cortante, que vai acelerando, o chamando é um “tchak” forte.

domingo, 30 de outubro de 2011

MIMÍDEOS

MIMÍDEOS são aves esguias, de cauda Logan, fáceis de notar em ambientes abertos. O nome da família vem de sua habilidade em imitar outras aves, mas na região isso não ocorre regularmente.

SABIÁ-DE-CAMPO Mimus saturminus

Comum de ocorrência ampla em cerrado, pastos e sedes de fazendas, ás vezes em cidades. Por cima, marrom-cinzento mesclado com mais escuro, sobrancelha branco suja e estria ocular preta, cauda longa com pontas brancas.


Branco-sujo por baixo, pode estar tingido com a cor da terra. Ousado e fácil de detectar, pode estar em atividade nas horas de calor, passa muito tempo no chão, pousa em poleiros expostos jogando a cauda para frente, sobre o dorso, ao pousar, vive em casal ou em grupinhos familiares com até 12-13 aves, aninha em moitas e arvoretas. Alimenta-se de insetos e de frutos, silvestres e cultivados. Empoleira em arbustos e árvores para cantar e seu canto é variado e sem padrão fixo, na região, não costuma fazer imitações. Quando alarmado, dá um “tchic” áspero ou um “íu” aflito. Também chamado de galo-do-campo e arrebita-rabo.


JAPACANIM Donacobius atricapilla
Razoavelmente comum em brejos, margens de lagoas e pastos úmidos com capim alto, numeroso no pantanal, esguio e inconfundível, com vistoso olho amarelo. Cor de chocolate por cima, com cabeça preta, manchinha branca na asa, cauda longa comm pontas brancas, visíveis em voo. Por baixo amarelo-alaranjado.



Esconde-se entre a vegetação densa do brejo, em casal ou grupinhos familiares, pousa em taboas e juncos e sobre moitas. Voo reto e um tanto lento, apesar das batidas rápidas de asa. Vocaliza muito, com assobios e chiados variados, costuma repetir cada chamando em série, por exemplo um assobio líquido “uit-uit-uit...” sonoro. Os membros do casal cantam em dueto, pousados bem próximos, levantando e abaixando a cabeça, enquanto abanam as caudas abertas, pode inflar um bolsa laranja na lateral do pescoço. Antes incluído na família dos trogloditídeos, com as corruíras, atualmente está classificado em sua própria família, a dos donacobiídeos

ANDORINHAS

ANDORINHAS (Hirundinídeos) Têm longas asas afiladas e voo elegante. Passam muito tempo no ar, alimentando-se de insetos voadores. Pousam em galhos e na fiação.

O GÊRENO PROGNE inclui andorinhas grandes, de asas largas, cauda furcada e canto gorgolejante e agradável. Vivem em áreas abertas, ás vezes em grandes agregações.

ANDORINHA-DO-RIO  Tachycineta albiventer

Localmente comum, em áreas abertas perto de rios, represas e lagoas. Única andorinha com grande mancha branca na asa, em geral bem visível. Rabadilha branca.



De resto, verde-ázulada metálica em cima, branca por baixo. Imaturo mais cinzento por cima, simpática e fácil de detectar, em geral é vista pousada em troncos ou rochas logo acima da linha d’água, de onde sai em voos elegantes para roçar a superfície. Raramente se afasta da água e não costuma formar bandos numerosos. O chamado é um “trit?” rápido.



ANDORINHA-DO-CAMPO  Progne tapera

localmente comum, residente de verção em áreas abertas com árvores, também em sedes de fazenda; no N, parte da população talvez residente o ano todo. Em geral perto d'água. Aves com plumagem reprodutiva, pardo escura por cima.


Por baixo, branca com faixa marrom no papo. Migrantes ausrais, tem pintas marrons no meio do peito. Voa a baixa altura, com asas arqueadas, expondo branco nas laterais da cauda. Costuma pousar em cercas. Sociável, os casais se separam para criar. Aninha em ninhos velhos de joão-de-barro, tocas em barrancos e ocos de troncos.


ANDORINHA-SERRADORA   Stelgidopteryx ruficollis


Comum de ampla ocorrência em áreas com arvores, inclusive pastos, prefere locais perto d’água. Cauda levemente furcada. Pardo-escura por cima, mais escura no alto da cabeça, asas e cauda, rabadilha um pouco mais clara; garganta alaranjada, pardo-clara por baixo, centro da barriga mais amarelado. 




Vive em bandinhos que pousam em galhos secos ou na fiação, pousada, tem silhueta esguia e elegante. Pode estar junto com outras andorinhas, mas em geral mantém-se a parte. Mais numerosa em matas ao logo de rios e córregos, nidificando em tocas nos barrancos das margens, isolada ou em pequenos grupos,






GRALHAS

GRALHAS (Corvídeos) Vivem tanto em matas como em áreas abertas com árvores. Grandes, barulhentas e gregárias são fáceis de detectar, nas espécies da região predominam tons de azul. Os corvos, seu parentes mais famosos, não existem na América do Sul.

GRALHA-DO-MATO   Cyanocorax chysops

Razoavelmente comum, de forma localizada, em cerradão, matas e arvoredos próximos. Penas da coroa curtas e rígidas, como pelúcia, dando-lhe uma aparência de cabeça chata e formando uma saliência na nuca, cabeça preta, olho amarelo com manchas azul-claros ao redor, “bigode” azul-escuro e nuca branco-azulada.



Demais partes superiores azul-violáceas; faixa branca na ponta da nuca, garganta e peito pretos, por baixo amarelado-cremoso. Vive em bandos com até uma dúzia de abes, às vezes junto com a gralha do pantanal. Alimenta-se de insetos, aranhas e frutos silvestres. Comportamento geral parecido ao do cancã. Pode ser bem mansa. Voz, um “cãcãcã” metálico, rápido e forte.


GRALHA-DO-PANTANAL  Cyanocorax cyanomelas

Comum em cerradão, mata de galeria e áreas avertas próximas, em especial no Pantanal e adjacências. Grande, de colorido um tando apagado, sobretudo violáceo-escuro, com cabeça e pato enegrecidos e cauda de cor violeta mais viva por cima. 



Única gralha toda escura na refião. vive em bandos pouco coesos com até 10 indivíduos que percorrem áreas florestadas e bordas, frequentando também locais abertos com árvores esparsas; às vezes descem ao solo. Fáceis de detectar, são avistadas com regularidade e costumam visitar comedouros de aves em fazendas e pousadas,  

sábado, 15 de outubro de 2011

EMBERiZÍDEO

EMBERiZÍDEOS  formam um grupo grande e variado de pássaros pequenos com ampla ocorrência neotropical, bem representado na região. A maioria tem Vico cônico, adaptado para triturar sementes, vivem sobreufo em áreas abertas e capoeiras.


 GÊNERO ORYZOBORUS lembra os papa-capins, mas tem bico muito mais robusto. Os machos bem escuros. Cobiçadas como aves de gaiola, as duas espécies são capturadas sem trégua , tendo escasseado.


TIZIU Volatinia jacarina


Abundante, de ocorrência ampla em capinzais naturais ou antrópicos, até em cidade, uma das aves mais frequentes e conhecidas de áreas alteradas. Bico delicado e pontudo. O macho preto luzidio, branco sob a asa. A fêmea marrom, parto-clara por baixo, com peito e flancos rajados. 






O macho na muda e imaturo, mesclado de preto e marrom. Fora da época de cria, forma grandes bandos, come sementes, mutas vezes com para-capins como o coleirinha. Na época de cria, o macho pousa num lugar baixo e emite um "tziu" abrupto, enquanto dá um salto vertical, girando as asas e exibindo o branco sob elas.

O GÊNERO SPOROPHILA reúne papa-capins pequenos e de bico robusto. Habitam áreas abertas. Alguns outros têm ocorrência restrita e aparecem na região como migrantes. As fêmeas difíceis de identificar, em geral pardas, mais claras por baixo.


BIGODINHO Sporophila lineola

Razoavelmente comum, de forma localizada, em capinzais e capoeirinhas. Status incerto na região; é provável que crie no S e apareça de passagem no N. O macho preto por cima, com bigode e alto da coral brancos  e bico preto; garganta preta, branco por baixo. 



fêmea com bico amarelado. Na reprodução, é numeroso e fácil de ver em alguns lugares; menos frequente em outras épocas, ás vezes com outros para-capins. Pousa em talos de capim para comer sementes. 


COLEIRO-DO-BREJO Sporophila collaris

Razoavelmente comum em brejos e arredores, preferindo capim alto e vegetação arbustiva. Grande para um papa-capim, de colorido marcante. Bico preto, pesado, no Pantanal, o macho preto por cima com manchas brancas  ao redor do olho e gola pardo alaranjada na nuca, garganta branca, coleira preta no peito, acanelado por baixo.


Na porção norte, mais variável, mas de padrão semelhante, com partes inferiores e gola mais brancas, sobretudo esta.


A fêmea lembra o macho, marrom por cima, com faixas alaranjadas e espelho pardo na asa e ao menos um vestígio de gola na nuca ou faixas na asa e dois tons por baixo. Em casal ou grupinhos, não costuma associar-se a seus congêneres. Canto, uma sequencia rápida de notas musicais, sem um padrão definido, mas atraente.


CABOBLINHO-DO-CHAPÉU-CINZA Sporophila cinnamomea

Migrante austral raro, em campo e campo cerrado, preferindo capinzais úmidos e altos. O macho de cor geral castanha com coroa cinza contrastante; asa e cauda cor de ardósia, com um espelho branco na asa. 






Visto em pequenos números, em bandos mistos de papa-capins. Cria sobretudo no NE da Argentina.



CHORÃO Sporophila leucoptera

Escasso, de ocorrência localizada em áreas abertas com moitas esparsas e em brejos, quase sempre perto de água. O macho com bico amarelo, padrão bicolor, cinza por cima, com espelho branco na asa, branco uniforme por baixo.


 A fêmea relativamente grande, com bico claro. Visto sozinho ou em casais distantes uns dos outros, não se junta em bandos nem se associa a outros papa-capins. O canto é a repetição monótona de uma única nota, sonora e clara. “clii, clii, clii...” Também chamado de patativa-chorona e patativa-boiadeiro, é perseguido como “ave de gaiola”.

O GÊNERO CORYPHOSPINGUS  inclui duas espécies, em ambas o macho tem crista preta e vermelha.

TICO-TICO-REI  Corphospingus cucullatus

Escasso em cerrado, cerradão, capoeira rala e pastos sujos; mais numeroso no S, talvez apenas como migrante austral no N (inverno). O macho pardo-avermelhado-escuro por cima, crista como a da cravina, anel ocular branco, vermelho desbotado por baixo.




 A fêmea mais apagada, amarronzada or cima e tosada por baixo, sem crista, anel ocular branco. O macho inconfundível pelo avermelhado uniforme da plumagem, o anel ocular ajuda a identificar a fêmea. Mais visto no chão, em grupinhos fora da reprodução. às vezes junto com outras espécies.



CANÁRIO-DO-CAMPO  Emberizoides herbicola 



De ocorrência ampla, localmente comum em campos naturais e pastos com capim mais alto e com arbustos dispersos. Cauda bastante longa, graduada, terminando em pontas. Bico laranja com cúlmen preto. 




Todo pardo , dorso com rajado preto bem evidente, partes inferiores mais claras, loro e anel ocular esbranquiçados, asa mais olivácea, com filetes amarelo-oliváceos e pequena área amarela no ombro. De comportamento discreto, desloca-se pelo chão, sempre oculto na vegetação, alimentando-se de insetos e sementes, de manhã bem cedo,  pode pousar em cercas de arame e no alto de moitas e de touceiras de capim.





Os CANÁRIOS são pássaros robustos, basicamente amarelos, que vivem em áreas abertas. São gregários e fáceis de ver. Atualmente na família dos Emberizídeos, talvez sejam Traupídeos.

CANÁRIO-DA-TERRA Sicalis flaveola
Comum, de ocorrência ampla em áreas aberas com árvores, incluindo pastos, plantações e sedes de fazendas. O macho amarelo, com testa laranja, mais oliváceo por cima e com dorso rajado.




A fêmea, por cima parda rajada de marrom, por baixo branco-suja com fino estriado marrom. Alimenta-se sobretudo no chão, pode formar grandes bandos, as vezes com outras espécies em fazendas, frequenta os arredores de casas e visita comedouros, canto, uma série variável de notas bem enunciadas e frases curtas, musical e agradável. Popular como “ave de gaiola”, é tão perseguido que em muitos locais praticamente desapareceu.


PINTASSILGO  Carduelis magellanica
Escasso de ocorrência localizada em áreas abertas com árvores, como borada de mata, plantações, pomares e sedes de fazendas, escasso ou ausente do Pantanal. Bico cônico e curto. O macho com capuz preto contrastando co dorso amarelo-oliva e partes inferiores amarelo-vivas, rabadilha amarela. 




Asa preta com extensa área amarela, cauda preta, amarela na base. A fêmea mais apagada, sem capuz preto, parda por cima, com dorso rajado de mais escuro, rabadilha amarela, asa e cauda como no macho. Em grupinhos alimenta-se a qualquer altura , do chão ao topo das árvores, costuma ser manso. Voo ondulado, bem característico. Muito perseguido como ave de gaiola.